Valor preditivo da cinética dos transcritos bcr::abl1 na sobrevida livre de recaida molecular durante a fase de descalonamento do protocolo de descontinuação de inibidores de tirosina quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica tratados no sus (des-lmc)
Hematology, Transfusion and Cell Therapy(2023)
摘要
Objetivos: Avaliar a cinética dos transcritos BCR::ABL1 durante a fase de descalonamento do estudo de descontinuação DES-LMC e seu valor preditivo na sobrevida livre de recaida molecular (SLRM) após suspensão do inibidor de tirosina quinase (ITQ). Materiais e métodos: Estudo multicêntrico, prospectivo, em andamento. Critérios de inclusão: LMC em fase crônica, transcritos BCR::ABL1 típicos, em tratamento com ITQ no SUS por no mínimo 3 anos, resposta molecular profunda (RMP) (RM4.5) por 2 anos. Critérios de exclusão: LMC em fase avançada prévia ou atual, resistência ou mutações do ABL. A dose do ITQ foi descalonada em 50% por 6 meses antes da suspensão. Monitoramento: avaliação mensal dos transcritos BCR::ABL1 com RT-PCR quantitativo (PCRq) durante a fase de descalonamento. Após a descontinuação foram feitas avaliações mensais por 6 meses, a cada 2 meses nos meses 7-24 e depois a cada 3 meses. A terapia foi reiniciada na perda da RMM (PCRq<0.1%). A data de corte dessa análise foi julho de 2023. Resultados: Entre setembro de 2020 e julho de 2023 foram recrutados 41 pacientes, mediana de idade de 61 anos (23-85), 60% homens, 33% Sokal baixo risco, 50% intermediário,17% alto; 78% transcritos BCR::ABL1 do tipo b3a2; 85% em uso de Imatinibe, 7,5% Dasatinibe, 5% Nilotinibe e 2,5% Bosutinibe. A mediana da duração do tratamento com ITQ até o início da descontinuação foi de 11 anos (3-20). O tempo de seguimento foi de 6 meses (1-26) a partir da data de descontinuação. Um paciente apresentou falha de screening e um ainda não iniciou a fase de descalonamento. Cinco pacientes estão na fase de descalonamento e 25 na fase de descontinuação. Dois pacientes não completaram os 6 meses de descalonamento por falta de medicação no SUS e foram para a fase de suspensão. Um paciente foi a óbito por causa não relacionada a LMC na fase de descontinuação e foi censurado na SLRM. 15/33 (45%) pacientes perderam RM4.5 na fase de descalonamento e destes, 4 (31%) perderam RMM após a descontinuação. Entre os 18 pacientes que não perderam MR4.5 no descalonamento houve 3 recaidas (16%, p = 0,05). Os 2 pacientes que não fizeram o descalonamento foram censurados nessa análise. Nove perderam RMM: um durante o descalonamento e 8/39 (20%) após descontinuação. O tempo mediano entre a descontinuação e a perda da RMM foi de 2 meses (0-10). O tempo mediano para recuperação da RMM foi de 1.5 meses (1-5). A sobrevida livre de recaida molecular (SLRM) global foi 72% (IC 95%: 56-88%) e 81% no grupo de primeira tentativa de descontinuação. Todos os casos de segunda tentativa de suspensão recairam (3 pacientes) (p < 0,0001). Não houve diferença na SLRM por sexo, transcrito BCR:ABL1, Sokal e ELTS. Status da RM pré-suspensão: 23 (74%) RM4.5; 6 (19.5%) RM4.0 e 2 (6.5%) RMM. A SLRM foi superior nos pacientes com RM4.5 pré suspensão, em comparação com pacientes em RM4.0 e RMM (78% vs 62% vs 0%, p = 0,019). Não houve casos com perda de resposta hematológica ou progressão da doença. Discussão: O estudo DESTINY mostrou a efetividade da fase de descalonamento por um perido de um ano pré-interrupção. No presente estudo, com uma fase de descalonamento de 6 meses pré descontinuação, observamos uma SLRM superior no grupo que não apresentou perda da RM4.5 na fase de descalonamento. Conclusões: pacientes com perda da RM4.5 durante a fase de descalonamento ou sem RM4.5 pré descontinuação da terapia tiveram maior taxa de perda de RMM. Não houve sucesso nos casos de segunda tentativa de descontinuação.
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